domingo, 16 de novembro de 2014

ÉTICA EM RECURSOS HUMANOS


                                                                                                                                                             
                        Ética consiste no ramo da filosofia que busca indicar e estudar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. A ética nasceu das reflexões dos primeiros filósofos gregos a respeito dos costumes das pessoas (daí o nome desta disciplina, que vem do  grego ethos, a qual significa comportamento, costume, tradição). Antigamente, o estudo da ética abrangia um vasto campo de reflexões. Entretanto, após o advento da revolução industrial, o campo de estudo da ética fragmentou-se em várias disciplinas independentes tais como antropologia, sociologia, pedagogia, psicologia, economia, dentre outras.

                         Contudo, há um elemento em comum entre todas essas matérias: todas observam padrões construídos pelo pensamento humano com valores e leis específicas.

                          Considerando-se que a vida de um ser humano é feita das escolhas de cada dia, a ética pode auxiliar O SER HUMANO no sentido de ajudá-los a escolher entre o que é mais justo ou menos injusto, observando-se que as escolhas feitas podem afetar as outras pessoas. Assim sendo, uma pessoa pode fazer uma escolha com ética não necessariamente pelo tipo de escolha que vier a fazer, mas o quanto dessa escolha contempla, em seus critérios, uma vida harmônica com as outras pessoas também pertencentes à sociedade. Isso por que a ética convida à reflexão sobre "como se deve agir com os outros" ou, em outras palavras, como se deve agir, contemplando o coletivo com responsabilidade, uma vez que as pessoas, por conviverem em sociedade, pertencem a um determinado coletivo. Assim sendo, a ética consiste em um instrumento para se conviver harmonicamente em sociedade, procurando satisfazer interesses próprios sem atingir o direito e a dignidade de outras pessoas.

                           Pensando-se em ÉTICA PROFISSIONAL EM CONSULTORIA DE RECURSOS HUMANOS, é possível, ao mesmo tempo, uma vida profisional de sucesso e qualidade de vida? Como?

                           Antes de se pensar em uma vida com sucesso e qualidade, é preciso que se entenda que "sucesso" e "qualidade de vida" não são a mesma coisa de pessoa para pessoa. Contudo, há algo de comum nos pensamentos das pessoas no que diz respeito a sucesso e qualidade de vida: ambos estão compreendidos no contexto de uma "vida amplamente satisfatória". Neste sentido, é possível uma vida profissional com sucesso e qualidade, na medida em que a pessoa que deseja sucesso e qualidade tenha claro o que essas coisas significam para si mesma, ou, em outras palavras, é necessário que a pessoa que deseja sucesso com qualidade de vida tenha consciência do que, em sua opinião, precisa para ter uma vida amplamente satisfatória (um trabalho prazeroso? um salário alto? bens materiais? uma  pessoa apaixonante para com ela viver? reconhecimento da sociedade? todas essas coisas? algumas delas?). Como as pessoas têm comportamentos diferentes, ideias diferentes, tendências diferentes e, logo, desejos diferentes, haverá várias concepções no que diz respeito a sucesso com qualidade de vida e, portanto, objetivos e buscas diferentes.

                             A conclusão plausível a que se chega é que a vida profissional de sucesso com qualidade de vida passa por critérios bastante subjetivos que vão desde a própria concepção de qualidade de vida até a escolha da profissão que se deseja desempenhar. Isso significa dizer que sucesso e qualidade de vida são o que a pessoa pensa que isso seja. (Depende do que a pessoa considere como sucesso e qualidade.) Uma vez tendo claro para si mesma tais conceitos, cumpre que ela acredite que possa conseguir sucesso e qualidade de vida, se ainda não os tem de acordo com o que pensa que eles sejam. Uma vez crendo ser possível obter sucesso e qualidade de vida, a pessoa buscará tais coisas com dedicação, persistência e entusiasmo até consegui-las (se realmente desejar consegui-las, já que o desejo convicto implica a aceitação dos eventuais obstáculos no caminho da realização do que se deseja).

                             Considerando-se que a História está cheia de biografias de pessoas que tinham apenas  suas crenças em si mesmas e a lembrança de seus objetivos como alento para suas buscas - e que, no entanto, realizaram todos os seus desejos - é bastante razoável concluir o seguinte: a possibilidade de ter sucesso profissional com qualidade de vida passa pela consciência de que o ser humano possui um imenso potencial para conquistar aquilo que definir por sucesso profissional com qualidade de vida, conduzindo-se, deste modo, a uma vida amplamente satisfatória.


Profª Ms. Vânia Scalabrin

Bibliografia

PEREIRA, Isidro. Dicionário Grego-Português e Português-Grego. Portugal:  Editora Livraria do Apostola da Imprensa, 2000. 
  

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O MITO DA BELEZA PERFEITA


                   Nos dias de hoje, há uma procura desenfreada pela beleza. Seja em academias ou em cirurgias estéticas, vale tudo para dar ao corpo uma beleza "que ele precisa ter". Entretanto, até que ponto a busca pela beleza compromete valores humanos?

                   As pessoas fazem horas de malhação em academias, fazem bronzeamento artificial, tomam os mais diversos tipos de vitaminas. Tudo isso para quê? Para um "corpo perfeito". Mas o que é um "corpo perfeito"? Talvez aquele mostrado nas propagandas de produtos de beleza, impecável, musculoso(masculino), sem celulite e estrias (feminino). E as pessoas, para serem amadas e aceitas no grupo (sim, com certeza o objetivo é esse) aceitam essa imagem sem contestação. Mas, claro, o corpo perfeito é apenas uma ideia publicitária, um mito, uma opinião de alguém para um produto ser vendido. E onde fica o valor humano em tudo isso?

                     As pessoas são diferentes. Se todos fossem iguais, seriam robozinhos feitos em uma fábrica. Um corpo perfeito significa padronização da beleza. Mas a beleza não é a diversidade? Ou seja, ser diferente deveria ser o foco da valorização. Não é cada um ser gordo, magro, alto, baixo, negro, branco, asiático, etc? Não. Ser belo parece não poder ser o que se é, porque senão as academias e as indústrias de beleza iriam à falência. Porém, o que será do amor próprio, o que será do fato de "Ser Humano" se a pessoa não se aceita como é?

                       A beleza é a identidade do ser humano. Todas as pessoas são bonitas sem que seja preciso ser algo que elas não tem obrigação de ser. Mas é preciso coragem. E com certeza é um ato de coragem rejeitar o que a maioria das pessoas pensa, e ficarmos à margem de tudo isso para desfrutar do direito de amar a nós mesmos porque estar à margem deste todo, que a mídia (televisão, revistas, jornais) nos impõe, significa solidão.            


Vânia Scalabrin
Professoara de Língua Portuguesa e Redação