quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O MITO DA BELEZA PERFEITA


                   Nos dias de hoje, há uma procura desenfreada pela beleza. Seja em academias ou em cirurgias estéticas, vale tudo para dar ao corpo uma beleza "que ele precisa ter". Entretanto, até que ponto a busca pela beleza compromete valores humanos?

                   As pessoas fazem horas de malhação em academias, fazem bronzeamento artificial, tomam os mais diversos tipos de vitaminas. Tudo isso para quê? Para um "corpo perfeito". Mas o que é um "corpo perfeito"? Talvez aquele mostrado nas propagandas de produtos de beleza, impecável, musculoso(masculino), sem celulite e estrias (feminino). E as pessoas, para serem amadas e aceitas no grupo (sim, com certeza o objetivo é esse) aceitam essa imagem sem contestação. Mas, claro, o corpo perfeito é apenas uma ideia publicitária, um mito, uma opinião de alguém para um produto ser vendido. E onde fica o valor humano em tudo isso?

                     As pessoas são diferentes. Se todos fossem iguais, seriam robozinhos feitos em uma fábrica. Um corpo perfeito significa padronização da beleza. Mas a beleza não é a diversidade? Ou seja, ser diferente deveria ser o foco da valorização. Não é cada um ser gordo, magro, alto, baixo, negro, branco, asiático, etc? Não. Ser belo parece não poder ser o que se é, porque senão as academias e as indústrias de beleza iriam à falência. Porém, o que será do amor próprio, o que será do fato de "Ser Humano" se a pessoa não se aceita como é?

                       A beleza é a identidade do ser humano. Todas as pessoas são bonitas sem que seja preciso ser algo que elas não tem obrigação de ser. Mas é preciso coragem. E com certeza é um ato de coragem rejeitar o que a maioria das pessoas pensa, e ficarmos à margem de tudo isso para desfrutar do direito de amar a nós mesmos porque estar à margem deste todo, que a mídia (televisão, revistas, jornais) nos impõe, significa solidão.            


Vânia Scalabrin
Professoara de Língua Portuguesa e Redação

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