terça-feira, 11 de agosto de 2015

E NASCE A ESCRITA...


                       Uma das maiores conquistas do povo babilônico foi a invenção da escrita. Os documentos mais antigos da escrita cuneiforme foram encontrados na Mesopotâmia, em um templo na cidade de Uruk ( atual Warqa, no Iraque), capital da Suméria, com data aproximada de 3200 a.C. O nome que caracteriza essa escrita vem do latim cuneus, que significa canto. Ela é o resultado da incisão de um tipo de estilete, impressa na argila mole, com três dimensões: altura, largura e profundidade. Sua leitura é feita como no português: da esquerda para a direita e de cima para baixo.

                        A evolução dessa escrita se deu em três estágios diferentes:

1- Fichas ou calculi: eram SÍMBOLOS NUMÉRICOS,cuja forma variava segundo o objeto a que correspondiam. Fabricados em argila, elas podiam reproduzir objetos concretos ou ter uma representação convencional.

2- Utilização de esferas, confeccionadas em ARGILA MOLE, apresentando impressões de fichas, marcas de numerais e a justaposiçao de selos, confeccionados a partir de pedras e argila e 2cm de diâmetro. As mais antigas datam do IV milênio a.C.

3- Os primeiros TABLETES DE ARGILA, resultado da deformação da esfera de argila que foi aplainada. A partir da segunda metade do IV milênio a.C. os selos passaram a ser impressos nos tabletes sobre um tipo de envelope, que servia para proteger. Depois de secar, o tablete era recoberto com uma fina camada de argila mole, onde era escrito um resumo do seu conteúdo, o "endereço", no caso de ser uma carta, e era colocado o selo como garantia de autenticidade.

                         O sistema gráfico cuneiforme nasceu a partir de um longo processo de criação dividida em duas grandes etapas: a pictográfica e a silábica.

                          O pictograma não era uma escrita, pois simbolizava uma "coisa" e não uma "palavra". Podia-se compreender a mensagem, mas não lê-la. Havia cerca de 1500 pictogramas, dos quais mais de 300 eram próximos aos sinais cuneiformes que os sucederam.

                           Na etapa silábica ocorreu uma representação estilizada dos objetos. O sistema gráfico era uma escrita da fonética da palavra. Não se limitava a relembrar o conhecido. Mas era capaz de transmitir novas informações e de instruir o homem. Para isso, foi preciso incorporar o instrumento mais perfeito da análise e da comunicação do real pelo homem: a língua falada. A partir do momento em que a representação gráfica impede o desenho de ser espontaneamente evocador e o estiliza, transformando-o em convenção, ele não exige mais reconhecimento, mas memorização. Aí, consuma-se a ruptura com a arte. E nasce a escrita.                          

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