Fake News
FAKE NEWS
(NOTÍCIAS FALSAS)
Até pouco tempo, mentir era tão incomum, que existia até um dia especial para a mentira: primeiro de abril. Era o dia da "brincadeira de enganar bobo", que, apesar de certo grau de maldade, era uma simples gozação. No final, se pediam desculpas pelo mal-estar provocado, pois a mentira era condenada por todo mundo. Existem até contos de fada que ilustram essa reprovação, como Pinóquio, o menino de madeira que toda vez que mentia via o nariz crescer. Ou a fábula de Esopo, O pastor mentiroso e o lobo, que nos mostra que ninguém acredita num mentiroso, mesmo quando ele diz a verdade.
Hoje, no entanto, a mentira passou a ser algo quase "normal". A publicidade, muitas vezes, nos engana para vender produtos de que nem precisamos, alguns políticos desonestos fazem falsas promessas para ganhar o voto do eleitor, cada vez mais, encontram-se posts nas redes sociais de notícias mentirosas. Estamos na era das fake news, a expressão em inglês para "notícias falsas".
A gente recebe uma mensagem no grupo de zap, vê no Facebook e vira e mexe clica num link achando que é quente, mas, na verdade, é tudo balela. A generalização da mentira na internet é um mal de nossa sociedade, mas é preciso saber que os boatos geram consequências graves.
Recentemente, durante o surto de febre amarela no Sudeste do Brasil, muitos cidadãos recebiam pelo grupo da família no WhatsApp o áudio de uma suposta médica desaconselhando a imunização. Quando perguntado sobre a origem desse post, não sabiam dizer quem divulgou o áudio no grupo, nem as credenciais da "médica". Mesmo assim, decidiam não se vacinar. O pesquisador da Fiocruz ( Fundação Oswaldo Cruz ) Igor Sacramento, que estuda fake news na saúde, contou que as notícias falsas sobre febre amarela se alastraram numa velocidade alarmante nas redes sociais. Isto é muito grave.
Todo cuidado é pouco com as fake news, pois podemos compartilhar boatos irresponsáveis que abalam a reputação das pessoas, excitam o ódio e a violência. O direito à livre expressão é uma preciosa qualidade da democracia, mas é preciso responsabilidade para exercê-la. Afinal, as palavras, como diz o provérbio português, podem ser como tiros com alto poder de destruição.
Maria Eduarda Giering
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