quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Renovação de Vida

Por Tarcízio P. D. Scalabrin 

Pássaros, animais silvestres, árvores e frutas são seguidamente relacionados como “em extinção”, mesmo que se conheça e veja a todo o momento em nosso ambiente natural.

Existem até ONGs que fazem um belo trabalho de procurar, capturar e controlar certos animais e aves, para acompanhar seu desenvolvimento e procriação. A Fundação Projeto TAMAR atua no litoral brasileiro há mais de 40 anos com a missão de promover a recuperação da tartaruga marinha, através de ações de pesquisa, conservação e inclusão social. Uma iniciativa louvável e que juntou trabalho com turismo, abrindo suas portas para visitação em vários pontos do litoral.

Nosso pinheiro, “Pinheiro Brasileiro” cujo nome científico é “araucária angustifólia”, além de ser uma árvore frondosa, alta, bonita, foi muito utilizado até pouco tempo na construção de moradias e galpões de diversos usos. Prédios de diversos tamanhos e alturas eram frequentes para movimentarem moinhos, silos e outras atividades por todo o Sul do país, quando a alvenaria não era ainda industrializada.

Ela também produz uma semente chamada pinhão, que não é uma fruta, já que a araucária é uma árvore que não tem fruta, faz parte do grupo da gimnosperma. O pinhão, entretanto, é muito apreciado e consumido de várias formas na culinária e em natura cozida ou sapecada.

Entretanto, a araucária consta na legislação atual (DEC.42099 lei nº20223/2020) como em extinção. Não pode ser derrubada em hipótese alguma.

No último inverno, como em outros anos, vimos toneladas de pinhões serem comercializadas em mercados, fruteiras e tendas inclusive à beira das estradas por todo o sul do país. Toneladas não é exagero, é real. Vimos, freqüentemente, caminhões transportando cargas completas de 8 a 12 toneladas. Os mercados eram abastecidos abundantemente.  O consumo familiar muito apreciado. Ninguém está preocupado com a tal lei que proíbe o corte do pinheiro e que chegará um dia que vai acabar o pinhão.

Seria talvez a hora de se promover ou estabelecer um trabalho mais específico do cultivo, plantio e manutenção do nosso pinheiro. Não basta proibir o corte da planta, ela por si tem vida longa, mas não é perene.  Para aumentar a flora do pinheiro justifica um estímulo, como uma taxa de plantio a cada quantidade comercializada. Determinar áreas especificas para plantio, como já se faz em muitos municípios para substituir outras árvores. 

Somos peritos e exagerados em criar leis, leis sobre leis, leis inócuas, leis inúteis, leis impraticáveis, leis que poderiam ser apenas substituídas por educação infantil. Não tornemos agora uma lei prejudicial, isto é, que acabem os pinheiros e os pinhões por falta de um reflorestamento adequado.


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