sábado, 14 de fevereiro de 2015

Carnaval e Páscoa



Como se calcula a data do carnaval e da Páscoa?

O carnaval é uma data móvel definida a partir da Páscoa, que é a celebração mais importante do calendário cristão. E, para se chegar á Páscoa, é preciso seguir estes passos:

1º)  Encontre  a primeira lua cheia após o equinócio de outono – 21 de março.
Em 2015, a próxima lua cheia é 04 de abril.

2º) Localize o primeiro domingo após a lua cheia – está é a data da  Páscoa. 
Em 2015, será 05/4  domingo de Páscoa.

3º )   A Semana Santa inicia na segunda-feira antes do domingo de Páscoa.  
Em 2015, será 30/3 (2ª feira) o início da Semana Santa.

4º )  Conte 40 dias para trás a partir do dia 29/3 e será 18 de fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas, e a terça anterior é o feriado de carnaval.



Bagunça Tóxica

             Ao serem divulgados os resultados das primeiras provas do Enem, um grande grupo educacional encomendou uma pesquisa com os alunos das dez melhores escolas do Brasil. Pois não é que eram todas bem parecidas? Chamava a atenção o fato de serem  serem muito rígidas na disciplina. Ou seja, nada de bagunça. E entre as instituições públicas, com sua disciplina severa, os colégios militares têm ótimo desempenho.
            Viajando por outras terras, consideremos a França, a Alemanha e a Inglaterra. De lá vieram e ainda vêm as mais abundantes colheitas de artistas, filósofos, cientistas, empresários e estadistas.  Historicamente, suas escolas sempre foram extraordinariamente rígidas, chegando até a umas varadinhas aqui e umas reguadas acolá.
           Em maio de 1968, os universitários parisienses se rebelaram contra o atraso da universidade, promovendo um evento que teve espantosa visibilidade mundial. Barricadas na rua, paralelepípedos voando pelos ares, choques retumbantes com a polícia!  Ecoava o slogan mais poderoso: "É proibido proibir".  
           As consequências do Maio de 68 varreram o mundo e remoldaram a alma da escola. Muitos manifestantes viraram professores, sentindo-se pouco confortáveis com sua autoridade.  A epidemia do "proibido proibir" contaminou a América Latina.  Em um dos seus primeiros discursos, depois de presidente,  Sarkozy chama atenção para a lastimável erosão da autoridade  do professor, com suas raízes em 68.
          O  filósofo  Luc Ferry, em entrevistas, também relembra que houve uma queda vertiginosa na disciplina escolar, resultante de professores inapetentes por manter a ordem na sala de aula. Antes de tudo, porque desgastaram-se as regras de disciplina, claras e compartilhadas.
          Não é preciso muito esforço para verificar a onipresença de problemas de indisciplina nas nossas escolas. Nem falamos de alunos agredindo professores; há uma incapacidade generalizada para impedir a bagunça nas aulas, sobretudo nas escolas públicas, devido à perda da autonomia do professor.
          Mas que consequências teria essa incapacidade da escola para manter a ordem?  O professor James Ito-Adler fez uma pesquisa etnográfica — entrevistando uma amostra de alunos. Nela surge uma descoberta surpreendente. Quando perguntou aos alunos o que mais atrapalhava o seu aprendizado, a resposta foi enfática: a bagunça dos outros!  São os próprios estudantes que têm   necessidade de uma disciplina careta.            Não é lamento de professor saudosista. Ou seja, os próprios alunos admitem que conversas e turbulência na sala de aula atrapalham os estudos. Resultados espúrios?  Não parece, pois pesquisas nos Estados Unidos e na França sugerem que lá ocorre o mesmo.  A bagunça é tóxica.
           A ideia de que a escola não pode tolher a liberdade dos alunos é falsa.  Embora possamos conduzir a discussão de forma mais sofisticada, vale a pena repetir o princípio de que a minha liberdade acaba onde começa a liberdade de outrem. No caso, a liberdade dos colegas para estudar e aprender.


(Cláudio de Moura Castro, Bagunça Tóxica.  Texto adaptado.)


Professor do século XXI

            A chamada "geração Y" – os nascidos na década de 1980 até meados dos anos 1990 – é a primeira geração que não precisou aprender com lidar com equipamentos eletrônicos e em pouco tempo de vida presenciou os maiores avanços na  tecnologia. Ao chegar ao mercado de trabalho, esses profissionais foram considerados inovadores e empreendedores. Mas, o  que acontece quando eles escolhem ser professores? Engana-se quem pensa que, por terem tanta familiaridade com o uso de recursos tecnológicos, eles sejam seus entusiastas. Muito pelo contrário: consideram a tecnologia algo natural, mas não veem sentido em usá-la em sala de aula sem um claro propósito. Na forma de perceber o processo educacional, entretanto, eles promovem uma revolução silenciosa: são abertos ao diálogo, buscam soluções criativas, gostam de realizar pesquisas e inventam jogos em busca de algo muito simples: o prazer de ensinar e a paixão pelo conhecimento.
             "A escola tem mudado. Claro que as instituições têm certa permanência – não só a escola, como também a Justiça, a Igreja etc. Mas esse discurso de que a escola não evolui vem desde a década de 20, do século passado, e é falso", afirma Paulo Gileno Cysneiros, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que – nas últimas três décadas – tem se dedicado ao ensino e a pesquisa em tecnologias da informação e comunicação na educação.
             Para Paulo, o uso das tecnologias tem o potencial de modificar os modos de pensar, de ensinar e de aprender, e até mesmo de ver o mundo. Mas a verdadeira mudança que vem ocorrendo deve-se, sobretudo, à capacidade criativa do professor.  Ou seja, não é a tecnologia em si que esta trazendo as inovações para a sala de aula, mas os jovens professores que entendem como natural o fato de que o conhecimento está disperso, pulverizado no mundo, nas redes sociais, na Internet. E assumem, sem problemas, o papel de guiar e estimular os alunos a encontrarem por eles mesmos o que desejam.  
            Uma mudança de comportamento entre os jovens que iniciaram suas carreiras profissionais nos últimos anos é a busca de satisfação pessoal no trabalho. Para eles, dever e prazer devem estar associados. Com os professores, a atitude não é diferente. Em uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP) realizada há três anos com 200 jovens de São Paulo nascidos entre 1980 e 1993, 99% dos entrevistados disseram que só se mantêm envolvidos em atividades de que gostam. Além disso, no levantamento feito por Ana Costa, Miriam Korn e Carlos Honorato, 96% afirmaram que consideram que o objetivo do trabalho é a realização pessoal. Para a pergunta "qual pessoa gostariam de ser?", a resposta "equilibrado  entre vida profissional e pessoal" alcançou o primeiro lugar, seguida bem de perto por "fazer o que gosta e dá prazer".
               O magistério sempre foi uma opção que envolve boas doses de idealismo e paixão, mas cresce a tendência entre os jovens  de incluir  no "gostar de ensinar" a ideia de diversão propriamente dita. Brincadeiras, jogos, campeonatos cada vez mais entram no rol de atividades propostas mesmo aos alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
              Para Paulo Gileno Cysneiros, a visão crítica do uso desses recursos na educação é positiva. "Por não terem, de certo modo, uma história, as novas tecnologias provocam de forma geral um efeito emocional receptivo. Em outras vezes, elas provocam medo. Por isso mesmo e preciso olhar com  cuidado. O professor deve sempre experimentar e adaptar a máquina à sua realidade."


Revista  Educação